Os pais foram passar o fim-de-semana no turismo rural minhoto, Eduardo perfaz vinte e três anos e considera-se feliz, tendo tudo para o ser.
Um rapaz já licenciado em economia a gerir as empresas de família. O jovem em quem se pode confiar, que inspira segurança. Tudo combinado e organiza-se festa de arromba com os amigos na casa de praia. Junto ao mar, a localização é propícia. Com o Mercedes estacionado à porta da garagem, o jardim imenso com luzes indirectas e palmeiras, divertimentos para crianças e adultos, tudo luxuoso, tudo imponente. Não há nada que falte, a comida é farta e de qualidade servida na sala de jantar exageradamente iluminada de pormenores vistosos perceptíveis ao mais distraído dos convidados. Estes, vestidos com a mais recente moda. Entre rapazes e raparigas seriam uns quinze. Aqui todos se conheciam, jovens bem sucedidos e de famílias ricas do Grande Porto. Alguns casais e outros sozinhos. Junto à piscina estavam colocadas mesas com aperitivos de requinte e todos se reuniam a pôr a conversa em dia, a confraternizar como já é habitual em outras ocasiões similares. Uma música ambiente que os relaxa numa envolvênvia de conforto e bom gosto. O fim-de-semana era por sua conta, Eduardo era livre como já vinha sendo hábito e havia de disfrutar os prazeres da vida para compensar os dias passados a trabalhar com a responsabilidade inerente à função que exerce e para a qual o pai apenas confia no filho único e competente que tem.
- Pessoal estejam à vontade! A casa é vossa. Hoje é para curtir - dizia descontraídamente com os olhos brilhantes de satisfação por este momento de convívio. Eduardo sempre extrovertido, responsável mas com gosto pela diversão desde que atingiu a maioridade e necessariamente dispôs de mais liberdade. Não tinha namorada e também não era coisa que o preocupasse. «Para que me vou prender com esta idade.» era a resposta às incómodas perguntas que lhe colocavam relacionadas com o tema. E de facto, ele queria era gozar a vida, sair com regularidade. É um jovem bem parecido e que ostenta naturalmente a situação social priveligiada em que vive. As boas roupas, perfumes e carros em que se transporta não escondem o mimo com que é tratado e a real riqueza que o rodeia. Com o típico penteado «à beto» num cabelo loiro liso, face de menino de olhos azuis, ocasionalmente bronzeado pelas viagens tropicais regulares, vestido de Gant ou Massimo Dutti, entre outras marcas, Eduardo não passava despercebido e rodeado de amigos e amigas de ocasião que se lhe associam pelo «status» da companhia e com interesses evidentes.
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