João ansiava pelo regresso a casa para tentar aproximar-se de Lurdes. Chegada a segunda de manhã arriscou falar-lhe. Era uma oportunidade única quando a surpreendeu na Praça. Com muita atrapalhação à mistura lá lhe saíram umas poucas palavras mas consequentes: - Olá menina Lurdes! Dizia ele com a face vermelha de timidez. - Hoje podiamos ir a um cinema? Ela, delicadamente, por receio dos pais e por não saber mentir, rejeitou o convite que tanto esperava. - Os meus pais não iriam aceitar. Responde ela com uma mistura de frustração e impotência. João não insiste e segura-lhe na mão com ternura. O enlevo era cada vez mais impossivel de conter e o rosado das faces jovens reflecte uma palpitação perigosamente cavalgante de dois corações apaixonados. Ele não encara esta desilusão como uma derrota, mas antes como um passo importante. Finalmente soltou-se e teve a coragem para não deixar fugir quem preenche os seus pensamentos e sonhos. Podia ser que da próxima vez conseguisse. O mais difícil foi feito, sentia o ego elevado com motivação acrescida para conquistar alguém que também já não o esquecia por algum instante.
Lurdes regressa sem arrependimento mas com uma ligeira frustração por não arriscar a ser uma vez na vida rebelde; temia a mãe e principalmente o pai que ostentando uma proeminente facha de pêlos entre o nariz e o lábio superior punha em sentido a familia. Porém, a certeza que João a convidaria novamente era já inabalável, iriam encontrar-se e o risco é justificável e aceitá-lo-á porque é chegada a hora de exprimir, sentir e fazer sentir aquilo cujo nome ainda não foi pronunciado e que se adivinha...
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