Acordam e beijam-se; agora lembram-se: - Os meus pais...dizem em uníssono preocupados de forma súbita. Uma vez que o risco estava consumado, cabia-lhes remediar. Ao chegarem a casa a meio da manhã, questionados sobre o invulgar desaparecimento refugiam-se em tão ligeiras quanto convincentes explicações. Que alívio e prazer de aventura sentem.
O pai de Lurdes adoece, a tosse provocada pelo vício do cigarro consome-o com apetite voraz e diagnosticam um cranco pulmonar com raízes que o matarão num espaço de tempo reduzido. Ela e a mãe choram com a triste certeza da perda do homem da casa. Entre tratamentos hospitalares e descanso, a miséria acentua-se, uma moral deprimida e dificuldades intermináveis.
O ombro amigo de João salva Lurdes do desespero e o amor entre eles cresce à medida que os problemas se intensificam.
Os pais de João naturalmente se apercebem da agitação diária e permanente do filho e adivinham que existirá um amor escondido, interrogando com insistência e ele negando tudo. Porém, a veemência da negação faz seus pais acreditar cada vez mais que as suas convicções terão razão de ser.
Numa das escuras noites em que João sai, o pai segue-o e sem ele se aperceber apanha-o a beijar Lurdes.
O mistério estava desfeito e o pai, materialista antagónico a seu filho, receia o envolvimento com uma mulher simples, de nível social inferior. As preocupações absorvem o pensamento do casal Sousa que conferencia continuamente sobre esta evidência recente.
A situação precária de Lurdes poderá aliar-se às dificuldades impostas pelos conhecedores deste romance e ser areia que combata o andamento de um motor vigoroso, de um amor na flor do tempo, restando saber como continuarão a reagir aos constantes, crecentes e contínuos problemas...
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