Segunda-feira, 17 de Abril de 2006

Carpe diem

 

 É chegada a hora de abordar novo tema.

 

  • Escrevo uma noite após o trágico falecimento do jovem actor Francisco Adam. Este acontecimento marca a actualidade num dia de Páscoa. Sem se dever passar por cima desta triste ocorrência parece-me exagerada a cobertura mediática dada essencialmente na TVI. É impossivel não reparar nos telejornais que exploram a notícia até ao limite. Para além disso, quando ligo a televisão às 21.30 repetem-se cenas da novela em que o jovem participava. É certo que choca todos, estas situações repetem-se diariamente e felizes são os que não passam por isto. Porém, que tributo é que se dá ao jovem? A exploração da sua morte feita num canal para o qual trabalhava. É a televisão sensacionalista que temos, uma estranha forma de se fazer notícia que explora os sentimentos e emoções do cidadão e que conduz a um desprezivel meio de aumentar audiências.

 

 

  • Recentemente, dediquei-me a explorar mais a literatura de Paulo Coelho. Impressionou-me a obra Veronika decide morrer. O autor é hábil no modo como absorve o leitor na sua escrita contagiado pela realidade das histórias contadas. Sem dúvida, os acontecimentos retratados pelo autor brasileiro podiam ser as vidas de cada um de nós. Ele está muito próximo do leitor e a sua escrita simples permite que o desejo de saber mais se prolongue. A narrativa comove, toca nos sentimentos e as ilações a tirar são sempre muitas. Nela escorrem pensamentos, dilemas, questões que se colocam todos os dias e que atingem qualquer comum ser humano. Por isso este autor é tão especial.

Na obra em concreto, a jovem Veronika tem uma vida comum sem qualquer tipo de privações. Poderia, na óptica do ser humano ordinário, considerar-se feliz. Todavia, a relatividade da felicidade desencadeia numa tentativa de suícidio. Após ter reanimado e estando convicta de que iria viver os últimos cinco dias da sua vida ela parte à descoberta de sentimentos desconhecidos, tem desejo de viver intensamente as emoções oprimidas por uma vida e sociedade recheada de paradigmas de que ela não queria fazer parte ate então. Explora agora as suas paixões, sente a música como sempre quis e não alcançava. Finalmente acaba por descobrir o amor. Quando podia viver tudo abdicou e agora decidiu aproveitar a restante vida até ao derradeiro segundo.

O ser humano é assim mesmo. Apenas numa situação limite de privação são valorizados os bons momentos que a vida nos proporciona.

Veronika decidiu morrer, mas acabou por viver e encontrar a felicidade após ter vivido a real amargura da morte iminente.

Por toda a sua obra parecem estar subjacentes pensamentos e energia positiva. Mostrando o lado mau, a tristeza e o sofrimento transmite-nos que a vida é muito mais que isso e que devemos lutar permanentemente na procura de um caminho para a felicidade...            

sinto-me: Reflectindo...
publicado por jaimepedrosa às 23:21
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